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Sejam bem vindos ao Meu Mundo Subjetivo!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Conto 3 ( Final)

Um tapa na cara




Amanda realmente desejava tentar  viver aquele  amor quase sufocante, do jeito dela tentou. Mas Jonas tem outros planos, continua fiel ao 'pegue e não se apegue'.
 Ela o compreende e mesmo o amando não consegue ver suas atitudes como aceitáveis. O que ambos nem imagina é que a vida deu-lhes uma oportunidade de aprender com o diferente, tudo tem um  sentido e para cada coisa um tempo determinado.
O tempo passava e  mesmo sem contato não conseguiam se desligar. Ele sabia que podia tentar, afinal na vida não se tem muitas certezas, de modo que já não sabia se Amanda era mesmo seu verdadeiro amor ou se a desejava porque ela não cedia facilmente. Por que com ela tudo era mais complicado?

"Boa tarde, vai pedir algo para beber? Aguarde um pouco e um garçom estará atendo ao senhor..."
Amanda, não vim beber nem comer. Quero falar com você e vou esperar lá fora."
"Jonas não sei que horas saio, hoje é sexta e o movimento começa a aumentar."
"Daqui a pouco sua colega chega e tô ali na pracinha esperando, viu?" 
"A gente ainda tem alguma coisa pra falar depois de tanto tempo?"
"Logo vai saber...já sabe, lá na praça."

Trinta minutos depois Amanda terminou seu expediente. E a praça era caminho de casa, não tinha jeito de evitar Jonas e a conversa tão urgente.
Ela caminhava a passos lentos imaginando o assunto que levou Jonas ao restaurante. E compreendeu que este fora o único jeito, já que ela não atendia seus recados nem suas ligações.
Os raios do sol pintava a rua e a águas calmas do rio em tons pálidos, deixando a paisagem urbana um tanto rústica, naquele final de tarde.

"Estou aqui, pode falar o que te trouxe ao meu trabalho hoje?"
"Há algum tempo recebi um convite pra trabalhar em Natal (RN), numa rádio fm...e aceitei há poucos dias, tô somente finalizando o contrato, não farei renovação."
"Muito bom, parabéns!"
"Amanda, nunca pensou em trabalhar na comunicação?"
"Já pensei e lido com gente o dia todo, faço comunicação... oral, escrita, gestual."
"Falo de ser radialista, como eu. Te conheci vindo jantar no restaurante em que você trabalha e sua voz foi a primeira coisa que despertou minha atenção."
"Já ouvi isso de outras pessoas, mas sou historiadora com o curso em fase de conclusão e recepcionista até aparecer algo dentro de minha área, concurso publico. Quem sabe no futuro..."
"É, quem sabe...?"
"Não vai mesmo me dizer porque precisou me esperar sair do trabalho?" 
"Vim me despedir, com calma pra ter o melhor de nós guardado pra sempre."
"Só posso desejar que Deus continue te abençoando e sucesso no novo ambiente de trabalho. Vou sentir falta de sua voz na programação local."
"Cadê seu namorado?"
"Não tenho ainda..."
"Posso te dá um beijo de despedida já que ele ainda não apareceu?"
"Tava bom demais pra ser verdade..."
"É somente um beijo. Por onde andará este homem que poderia ser seu namorado?"
"Anda meio ocupado, tentando ser feliz do jeito dele."
"Uma pena que nem sempre sabemos aproveitar as oportunidades e elas se vão..."
"Teve sua chance."
"Sei bem disso!Você muito é nova, tem uma vida pela frente..."
"E você acha que idade impede uma mulher de amar verdadeiramente um homem mais velho ou mais novo que ela?"
"Confio em você, mas as pessoas pensam mal, falam mal..."
"E dominam a vida alheia. Sendo assim, porque casais  com idade igual ou aproximada se traem ou não dão certo por qualquer outra razão?"
"Temos um jeito diferente de ver e viver a vida. Você nem deixava que eu ajudasse em despesas básicas, temos todas as diferenças possíveis."
"Nada contra, mas do seu jeito não dá, não aceito nem quero viver me mordendo de ciúmes. Não seremos felizes assim. E sobre aceitar que me ajudasse não é motivo pra brigar. Tem mais: amar não é modificar, moldar..."
"Amar e sentir o que sinto, mesmo com você me evitando.Vou te beijar, mesmo sem permissão e vai ser..."


O beijo foi dado com ternura. Ambos saboreavam o doce sabor daquele momento, ignorando a libido. 
Um beijo de amor, puro, sereno e cheio de interrogações que nenhum dos corações sabiam como responder. Somente o tempo trará a clareza necessária aos corações enamorados e calejados na  longa estrada dos sentimentos.


....Frag-men-tos....Meus....

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